Do extinto Arraial de Ouro Fino, que ficou conhecido por aparentemente ambientar a tragédia rural, na música que ficou famosa na voz de Tonico e Tinoco, “Chico Mineiro”, só sobraram ruínas. Para impedir que a história do local seja apagada por completo, o espaço passou por processo de musealização. Agora, tornou-se um museu a céu aberto.
O Iphan e a Secretaria de Estado de Cultura de Goiás (Secult) vão apresentar nesta sexta-feira (15), a partir das 15h, resultados de intervenções feitas no local. Durante a cerimônia de inauguração será firmado um termo de cooperação entre Iphan, Secult e Prefeitura da Cidade de Goiás, para manutenção do ponto de visitação.
As ações, na ordem de R$ 1 milhão de reais, tiveram início ainda em 2023, e foram custeadas por meio de medidas compensatórias relacionadas ao licenciamento ambiental.
O local recebeu escoramento e consolidação das ruínas da Igreja de Nossa Senhora do Pilar, instalação de alambrados, passarelas, placas informativas, bancos de concreto, plantio de árvores e gramado. O projeto é assinado pela arquiteta Noêmia Caiado, atual gerente de fiscalização e Manutenção do Patrimônio Cultural da Secult.
Ao jornal O Popular, o arquiteto do Iphan Danilo Curado disse que a ideia da musealização é proteger as ruínas, que a cada ano vinham
se dissolvendo por serem de adobe.
Ele disse ainda que, em primeiro momento, pensou-se em reconstruir a Igreja, normas internacionais, porém, não recomendam o processo, por criar um falso histórico. “As ruínas fazem parte da gênese do histórico do sítio e temos de respeitar isso”, afirmou.
Foto: Iphan
Localizado a 13 km do centro histórico da cidade de Goiás (GO), fazendo parte do Caminho de Cora Coralina, o Arraial foi fundado por Bartolomeu Bueno da Silva Filho no ano de 1727, em meados do século XVIII. Foi importante na época da busca pelo ouro no rio Uru e Córrego de prata e teve dezenas de construções no seu perímetro urbano, mas ao passar dos anos entrou em processo de abandono e arruinamento.