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Professor Sandro de Lima encerra ciclo à frente do IFG – Câmpus cidade de Goiás e faz balanço de oito anos de gestão

Ao longo de oito anos, Sandro de Lima fortaleceu o IFG na cidade de Goiás, consolidando ensino, cultura e integração com a comunidade

ALEX PEREIRA

​O mês de outubro marcou uma importante transição no Instituto Federal de Goiás (IFG) – Câmpus cidade de Goiás. No último dia 13, o professor Estênio Oliveira assumiu a direção-geral da instituição, sucedendo o professor Sandro de Lima, que esteve à frente do câmpus por oito anos. A despedida de Sandro simboliza o encerramento de um ciclo iniciado em 2017, marcado por desafios, conquistas e uma forte integração do IFG com a comunidade vilaboense.

​Para compreender a importância do IFG na cidade de Goiás, é preciso voltar até o ano de 1908. Das dezoito Escolas de Aprendiz e Artífices criadas naquele ano, apenas uma mudou de endereço: a de Goiás, que saiu da cidade quando a capital do estado foi transferida para Goiânia.

​“O Câmpus cidade de Goiás representa uma reparação histórica da rede federal de educação, que começou aqui ainda no início do século XX, com a Escola de Aprendizes e Artífices. Trazer de volta uma instituição federal de ensino para este território é devolver à cidade um dos ‘ouros’ que foram levados quando a capital mudou para Goiânia”, afirmou.

​”Aquela frase da Cora Coralina que diz ‘levar o ouro e deixar as pedras’ — esse é um dos ouros que foi levado”, reflete Sandro. “Trazer de volta um câmpus do IFG para a cidade de Goiás é uma reparação histórica e, ao mesmo tempo, uma aposta no projeto de desenvolvimento local e regional.”

​Durante entrevista à Rádio Nova Fogaréu, o ex-diretor fez um balanço de sua trajetória, destacando o significado histórico e social do retorno do IFG à antiga capital.

​Ao longo de sua gestão, o professor Sandro acompanhou a consolidação do câmpus, que se tornou referência em formação técnica, científica e cultural. Ele destacou a satisfação de ver ex-alunos se destacando em diversas áreas — da agronomia ao cinema. “O melhor patamar que uma escola pública pode alcançar é quando seus egressos falam por ela. Ver nossos ex-alunos transformando suas vidas, cursando mestrados, doutorados, participando de festivais, é o verdadeiro resultado da educação pública: emancipar e dar sentido à vida das pessoas”, avaliou.

Desafios e superações

​O período de gestão também coincidiu com tempos desafiadores. Sandro relembrou os impactos da pandemia da Covid-19 e as restrições orçamentárias que atingiram as instituições federais. “Passamos por um torniquete orçamentário durante os governos Temer e Bolsonaro e ainda enfrentamos o trauma coletivo da pandemia. Foi um período de superação e de reconstrução. Mesmo assim, conseguimos garantir segurança sanitária, manter o vínculo com os alunos e consolidar o câmpus”, disse.

​Sandro ressaltou a importância das parcerias institucionais construídas ao longo dos anos com diferentes entidades da cidade, entre elas a Diocese de Goiás, a Escola Família Agrícola, o IPHAN e a Rádio Nova Fogaréu, parceira em diversos projetos educacionais e culturais. “O desenvolvimento local depende do diálogo e da cooperação. ​O IFG manteve parcerias fundamentais que fortaleceram seu papel na comunidade. Sou grato a todas as instituições e pessoas que caminharam conosco nesse período”, afirmou.

​Apaixonado pela cidade de Goiás, o professor destacou o caráter acolhedor e humano do município, que o conquistou antes mesmo de assumir a direção. “A cidade tem suas complexidades, mas é um território de cultura viva e de qualidade de vida extraordinária. Aqui, todos me chamam de professor, me encontram no mercado, nas ruas, e isso cria um sentimento de pertencimento. Goiás é, de fato, uma cidade que permite viver bem uma ‘Vida Boa’”, brincou.

​Ao se despedir do cargo, Sandro reforçou a confiança no trabalho do novo diretor-geral e na continuidade do projeto educacional do IFG.

​“O câmpus está consolidado. Temos estrutura, equipe e muito potencial. Agora é a vez do professor Estênio dar continuidade a esse trabalho com novas ideias e energia. A cidade de Goiás merece ver o IFG crescer ainda mais como polo de conhecimento e oportunidade”, concluiu Sandro de Lima.

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