Destaques, Notícias

Mulheres que marcaram época

Neste mês em que se celebra o Dia Internacional da Mulher, o jornal Nova Fogaréu lista importantes figuras femininas que transformaram a história da antiga Vila Boa

 

RARIANA PINHEIRO

Cora, Goiandira, Badiinha, Leodegária, Belkis, Regina, Brasilete,  Antolinda, Madalena… A história resguardada da Cidade de Goiás se deve à coragem e inspiração das mulheres. Para fazer história, se desenrolaram das amarras da sociedade patriarcal – muitas foram julgadas por isso -, e conseguiram construir legado que ultrapassou gerações. Revolucionaram a história do estado em diversas áreas, seja na política, judiciário, imprensa, música, poesia ou pintura.

Em homenagem a estas heroínas do mundo real, neste mês que se celebra o Dia Internacional das Mulheres, o jornal Nova Fogaréu lista importantes nomes que viveram ou que construíram a trajetória na antiga Vila Boa. Tendo em vista, claro, que muitas outras ficaram injustamente de fora dessa página, como: Eurídice Natal e Silva, Consuelo Caiado, Daisy Porto, Ofélia Socrates, entre tantas outras.

Antolinda

Conhecida como Tia Tó, foi um nome fundamental na conquista do título de Patrimônio Cultural da Humanidade, concedido pela Unesco ao município em 2001. Também foi fundamental para a criação do Museu de Arte Sacra da Boa Morte, que dirigiu por quase 20 anos. Sempre defendeu com empenho as tradições goianas.

Belkiss Spenciere

Musicista de renome, requisitada para diversos concertos internacionais. Assumiu a missão dada pela avó, que foi a criadora da primeira orquestra feminina do Brasil, a também grande pianista Nhanhá do Couto. Tornou-se uma das principais pianistas brasileiras, fundou o conservatório de música, que hoje é a Escola de Música e Artes Cênicas (Emac) da UFG. Foi uma das principais intérpretes de música brasileira. Integrou ainda a Academia Brasileira de Música (ABM).

Brasilete Caiado

Dedicou a vida ao magistério e à valorização do patrimônio cultural da Cidade de Goiás. Dentre outros feitos, foi fundadora da Faculdade de Filosofia da Cidade de Goiás, que se tornou a Faculdade de Filosofia Cora Coralina e foi integrada à Universidade Estadual de Goiá (UEG).

Badiinha

Com suas roupas coloridas e carisma, se tornou uma figura popular muito querida da cidade. Estava nas festas populares, como as folias e carnaval. Morreu de Covid-19 e, em um longo cortejo que passou pelas ruas da cidade, teve seus pertences colocados em cima do caminhão do Corpo de Bombeiros.

Cora Coralina

Considerada uma das mais importantes escritoras brasileiras, escrevia desde a adolescência, mas teve seu primeiro livro publicado em junho de 1965, quando já tinha quase 76 anos de idade. Inspirada, sábia e poética, escreveu sobre a Cidade de Goiás, o tempo e a realidade das mulheres dos anos de 1900. Nos últimos anos de vida sua obra foi reconhecida e foi agraciada com o título de Doutor Honoris Causa da UFG.

Goiandira do Couto

Artista plástica ganhou fama mundial ao pintar de forma única, com as areias da Serra Dourada, as paisagens, casarios e cenários da Cidade de Goiás e região. Ela trabalhava com 551 tonalidades diferentes de areias. Acolhedora e simpática, sua casa era visitada frequentemente por turistas e em breve deverá se tornar instituto cultural.

Leodegária de Jesus

A poetisa negra publicou o primeiro livro de poesia de autoria feminina em Goiás, intitulado “Corôa de Lyrios”. Nascida em Caldas Novas, viveu em Jataí até os 14 anos. Com a eleição do pai, mudou-se com a família para a então capital do estado, onde passou a estudar no Colégio Sant’Ana. Começou a participar, em 1907, do Clube Literário Goiano e chegou a comandar suas sessões. Foi membro fundadora e redatora do semanário A Rosa, órgão de ativismo das mulheres da Vila Boa, por meio da escrita.

 

Madalena Pinheiro

Em 1973, ao lado do pai José Elias Pinheiro, inaugurou o Bloco da Associação Atlética União Goiana. A escola de samba, que se tornou a mais vitoriosa da cidade, foi um marco no carnaval de rua da região. Durante muitos anos, Madalena, que também era enfermeira, foi a carnavalesca da escola. Defendia a União com unhas, dentes e coração. Vale ressaltar que, antes de se tornar escola de samba, a União era um conjunto musical, que tinha direção de José Saddi e Ediberto Santana e foi fundada oficialmente em 1941, por José Elias inheiro e João Telles.

Maria Grampinho

Seu nome real era Maria da Purificação, uma mulher negra, andarilha, que criou moda e estilo. Tinha centenas de grampos na cabeça, saias cheias de botões e uma enorme trouxa de pano na qual carregava o seu mundo. Dormia bem ao lado de uma bica d’água da casa da amiga Cora Coralina.

Regina Lacerda

Importante folclorista de Goiás. Organizou grupos de escritores na década de 1950, em um momento ao qual as mulheres não tinham espaço na escrita. Foi a primeira mulher eleita a ocupar uma cadeira na Academia Goiana de Letras.

foto: Cidinha Coutinho

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *