A reivindicação por melhorias na iluminação da GO-070, no trecho de aproximadamente 9 km que liga a cidade de Goiás ao povoado de Areias, voltou a ganhar força mais uma vez após as festividades de Nossa Senhora Aparecida, realizadas no último dia 12 de outubro. A rodovia, duplicada no eixo Goiânia–cidade de Goiás e entregue em 2018, possui, nesse trecho, uma estrutura de iluminação e um corredor para pedestres, mas grande parte das luminárias encontra-se desativada há anos, segundo relatos de moradores.
Às margens da GO-070, especialmente no perímetro urbano próximo aos bairros Goiás II e Papirus, a iluminação deveria ser uma realidade para a população. Mas não é: moradores que caminham, pedalam ou usam o corredor lateral para ir trabalhar, estudar ou participar de qualquer outra atividade que precise usar esse percurso, enfrentam a falta de visibilidade como rotina.
O trecho também é marca registrada da tradicional caminhada da fé até a Igreja de Nossa Senhora Aparecida, em Areias. Milhares de romeiros percorrem o trajeto durante a madrugada do dia 12 de outubro. Neste ano, como em anos anteriores, muitos relataram insegurança e dificuldade de percurso devido à falta de visibilidade.
“A gente fica com medo de caminhar com a rodovia escura. Tem carro passando, tem gente com criança, idosos. É perigoso”, comenta Maria das Dores, romeira que participou da caminhada neste ano.
Responsabilidade em debate
A Equatorial, concessionária responsável pelo fornecimento de energia elétrica no Estado foi procurada e confirmou que a responsabilidade pela iluminação pública, como a manutenção e operação das luminárias, é do poder público, e não da distribuidora de energia.
A reportagem também acionou o Governo do Estado, por meio da Agência Goiana de Infraestrutura e Transportes (Goinfra), que respondeu informando que “a questão de iluminação pública é de competência das gestões municipais.”
Já por parte do poder municipal, em entrevista ao programa Sala de Notícias, da Rádio Nova Fogaréu, no dia 17 de outubro, o prefeito Aderson Gouvea disse que o ente responsável é o governo do Estado.
“O Estado que montou é quem deveria bancar. Há uma resistência, enfim. Mas quem sabe agora possamos avançar, né? Nós temos uma novidade agora. Já inauguramos nossa usina de produção de energia solar. Para que na próxima Festa de Nossa Senhora Aparecida o trecho já esteja iluminado”, disse Aderson.
O secretário de Planejamento, Urbanismo e Captação de Recussos, Renan de Barros, reforçou o argumento: “É uma possibilidade. Podemos, sim, fazer a substituição por lâmpadas de LED para melhorar a eficiência energética. Mas precisamos desse diálogo com o Estado, porque, de fato, a rodovia e a estrutura são de propriedade do Estado. Então, é preciso estabelecer essa conversa.”
O fato é que, enquanto os trâmites políticos e administrativos não se consolidarem, moradores e romeiros vão continuar utilizando o trecho sem a devida iluminação noturna, o que aumenta riscos de acidentes e reduz a sensação de segurança.
A reportagem seguirá acompanhando a pauta e atualizando a população sobre andamento do diálogo entre o governo municipal e estadual, bem como prazos efetivos de execução.



