Nesta semana de Fica, a antiga Vila Boa respira cultura por todos os lados, com vasta programação. Mas, além do contexto do festival, muita arte está disponível para visitantes e turistas. Nesta semana, por exemplo, três novas exposições habitarão a cidade.
Abre nesta quarta-feira (11), às 19h, no Instituto Biapó as exposições “É favor me olhar com cuidado”, de Luiz Pucci, e “O que o coração vê”, de Kim-Ir-Sen. Nestas mostras, o público poderá entrar em contato com a obra de dois grandes nomes da fotografia brasileira.
Com curadoria de Samuel de Jesus e Milton Guran, as exposições, que ficam em cartaz até o dia 20 de julho e depois seguirão para Goiânia, convidam o público a refletir sobre identidade, história e pertencimento por meio da linguagem universal da fotografia.
Luiz Pucci, considerado um dos pioneiros da fotografia em Goiás, apresenta retratos produzidos nos anos 1950, que integram o acervo do Museu da Imagem e do Som de Goiás. Em “É favor me olhar com cuidado” reúne imagens que revelam os tipos humanos e as transformações de uma capital em construção, com destaque para a técnica de colorização manual aplicada pelo artista.
Já “Kim-Ir-Sen, em “O que o coração vê” celebra o legado do fotógrafo documentarista, cuja obra denuncia e emociona com profundidade estética e antropológica. As imagens evidenciam seu compromisso com os povos originários do Brasil, como os Bororos (MT) e os Suruís (RO e MT), revelando a força da fotografia como documento e linguagem poética da história.
Outra exposição que entra em cartaz nesta quarta-feira (11), às 17h, no Museu das Bandeiras, é “Do chão que habita”, que reúne artistas de diferentes gerações para refletir sobre o território do Cerrado a partir de variadas linguagens artísticas.
Organizada pelos artistas e docentes Matheus Pires (IFG) e Rafael de Almeida (UEG), “Do chão que habita” propõe a ativação de uma cartografia sensível do território goiano, em que o chão não é apenas superfície, mas também memória, corpo e disputa simbólica.
“A exposição é um espaço de escuta e fricção entre práticas artísticas que atravessam o Cerrado. Há uma vontade de desenterrar camadas de histórias silenciadas, subjetividades invisibilizadas e formas de vida que resistem no solo e na memória coletiva”, afirma Matheus Pires.