Em meio aos trabalhos da empresa Ambipar Response para retirada do agrotóxico que caiu próximo às margens do Rio Vermelho, após acidente com carreta e carro de passeio na GO-164 na última terça-feira (17), que deixou duas vítimas fatais, peixes começam a aparecer mortos no Rio Vermelho, sobretudo no Parque da Carioca, na manhã deste sábado (21).
Após o acidente, diariamente o laboratório da Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semad) monitora o Rio Vermelho para saber se houve contaminação. Porém, as análises da água ainda não saíram.
Até a última sexta-feira (20), a equipe acreditava que o material não havia entrado em contato com o manancial e, as chuvas que ocorreram durante a semana, não foram suficientes para carrear o produto que foi derramado no solo até ao manancial.
Porém, mais chuvas ocorreram. É estimado que na manhã deste sábado tenha chovido cerca de 35 milímetros e, tudo indica que o produto entrou em contato com os rios.
Após a morte dos peixes, o prefeito Aderson Gouvea esteve no Rio Vermelho, juntamente com o secretário de Meio Ambiente Carlos Augusto Ignácio, e acompanhou o trabalho da empresa.
“Desde o dia do acidente, todas as medidas foram tomadas, acionamos a Semad, o Corpo de Bombeiros, mas infelizmente, devido às chuvas de ontem e hoje chegaram ao rio”, afirma.
Conforme o secretário do meio ambiente, a empresa Ambipar Response trabalha no local e já foi realizada a contenção do produto.
“A empresa havia feito barreiras de contenção, mas devido às fortes chuvas desta madrugada e manhã, o produto que chegou ao rio causou a mortandade dos peixes. Mas acompanhamos a contenção do produto e agora vamos trabalhar para responsabilizar o verdadeiro culpado desta situacao”, afirma o secretário.
O prefeito também ressaltou que, desde o ocorrido, o Rio Vermelho, em toda sua extensão, segue interditado para qualquer formas de uso. “Banhistas venham para carioca e não usem a água do Rio Vermelho, até que dar garantia pa
ra vocês”.
Para o professor do curso de geografia da UEG e presidente da ONG Águas do Cerrado, Robson Moraes, a situação é grave e pode ter consequências desastrosas, como de o acidente causar consequências ao Rio Araguaia.
Porém, Robson explica que, para saber a dimensão do problema, é preciso entender a quantidade do produto que entrou em contato com o rio. Ele explica ainda que a empresa responsável pela mitigação dos danos, deve apresentar às autoridades um plano de ação.
“Ainda estamos no escuro. É preciso que a prefeitura cobre este plano de ação da empresa para não ocorrer como foi no acidente no Córrego Gouvêa e quando foi derramado sangue no Rio Vermelho. Estes dois casos não foram resolvidos como se deve e não foi apresentado um plano de ação”, disse o professor.
A reportagem da Nova Fogaréu apurou que a carga continha cinco tipos de agrotóxicos venenosos, utilizados para o combate de pragas em lavouras. São eles: (Fipronil, Blavity, Fox xpro, Sphere Max, Orkestra SC).