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Morte de advogada Letícia Garces causa comoção na cidade por sua luta e pesquisa sobre violência contra mulher

Dona de trabalho eficiente na defesa das mulheres em situação de violência na Cidade de Goiás, morreu na última quarta-feira (3), a advogada e servidora pública municipal Letícia Garcês. Ela veio a óbito aos 43 anos, no Hospital de Doenças Tropicais (HDT), em Goiânia. 

Segundo a secretária das Mulheres, Juventude e Direitos Humanos, Iolanda Aquino, a causa da morte foi uma grave pneumonia. A advogada e servidora pública municipal atuava na Secretaria das Mulheres, Juventude e Direitos Humanos. Era diretora e assessora jurídica do Centro Especializado de Atendimento à Mulher (CEAM) e também coordenava o Grupo Reflexivo para autores de violência doméstica. 

Sua morte causou bastante comoção na cidade. Diversos órgãos e instituições às quais Letícia Garcez estava ligada divulgaram notas de pesar, como a Prefeitura da Cidade de Goiás e o Ceam.

A UEG também se manifestou, pois Letícia era mestranda em Geografia na universidade. Em decorrência da pesquisa que produziu para o mestrado, Letícia foi destaque em matéria no jornal O Popular, publicada no dia 28 de junho, e assinada pela repórter Malu Longo.

O estudo, que na reportagem foi denominado como uma das “metas da vida” de Letícia, chama-se “Geografia da Violência Contra Mulheres: Espacialização da violência contra mulheres” e traz profunda abordagem sobre corpo, espaço, gênero e violência.

“O corpo da mulher sempre foi controlado, possuído e violentado pelo representante dado como “natural” desta apropriação, mas também por todas as relações de poder cisheteropatriarcal que dominam não somente a moralidade sobre os corpos-mulheres, mas todas as outras escalas espaciais, desde o corpo, o lar da casa, ao mundo”, disse Letícia na publicação

A matéria abordou ainda a história de superação da violência que a própria advogada passou em um relacionamento no qual sofreu duas tentativas de homicídio. 

Também mostrou a sua história de amor ao Direito que teve de começar cedo, na luta pela terra, junto ao Assentamento Felipe Leddet. Se formou em Direito junto à segunda turma do Programa Nacional de Educação na Reforma Agrária (Pronera).

Em nota, a UFG lamentou a morte da advogada. “Dra. Letícia (turma Fidel Castro) da Universidade Federal de Goiás, onde deixou sua marca de conhecimento e integridade. Ela foi uma figura de destaque e exemplo de dedicação e comprometimento.”, disse em nota a UFG. 

 

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