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Diálogos Musicais e Encontros de Música e Fé celebram o Choro em Vila Boa Projetos realizados pela Nova Fogaréu e parceiros trazem dois concertos com o gênero que virou Patrimônio Cultural do Brasil

 

O choro, com sua cadência envolvente e virtuosismo instrumental, será o protagonista de dois eventos memoráveis na Cidade de Goiás nesse mês de abril. No dia 20, “Diálogos Musicais” trará Zé do Choro e João Fernandes, dois virtuosos do gênero, para seguidos concertos especiais, sendo o primeiro às 17h, na Associação das Mulheres Coralinas, e o segundo às 21h30, no Instituto Biapó. Os instrumentistas, compositores, educadores e militantes do movimento do choro na capital goianiense vão trazer um programa contendo obras de grandes ícones do choro como Jacob do Bandolim, Luiz Americano, Pixinguinha, K-Ximbinho, dentre outros, destacando ainda repertório autoral.

Já em 27 de abril, o “Encontros de Música e Fé”, que acontece na Igreja da Abadia, às 20h, contará com a apresentação do Grupo de Choro Vila Boa, prometendo momentos de grande emoção e virtuosismo musical com um time de peso da música instrumental. São eles, Enéias Áquila, cavaquinista, percussionista e professor, que começou seus estudos de música em 1980. Foi um dos fundadores do Clube do Choro de Goiânia. A multi-instrumentista Andréa Luísa Teixeira, que é pianista e pesquisadora da EMAC-UFG, que, ainda adolescente, foi uma das fundadoras do Clube do Choro de Goiânia.  Toninho 7 cordas, que iniciou seus estudos do violão de 7 cordas ainda jovem, formou vários grupos de choro em Goiânia, como Maternidade, Choramingando e o Regional do Geraldo Amaral. Juntamente com o professor Oscar Wilde, Andréa Teixeira, Enéas Áquila e Nonato Mendes, fundou o “Clube do Choro de Goiânia”. Além de Fernanda Marinho, percussionista de vários festivais importantes de Goiás, como o Canto da Primavera e FICA.

Ambos os eventos são uma homenagem ao choro que, no dia 29 de fevereiro deste ano, durante a 103ª reunião ordinária do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), foi considerado, por unanimidade pelos membros do Conselho Consultivo, como Patrimônio Cultural do Brasil, destacando a importância e a riqueza desse gênero musical para a história do nosso país.

A série “Encontros de Música e Fé” é realizada pela Rádio Nova Fogaréu e Catedral de Sant’Ana, com apoio do Instituto Biapó e da Prefeitura Municipal de Goiás. Tem como um de seus objetivos fazer com que vilaboenses e turistas tenham acesso às igrejas históricas, aliado às performances de grandes nomes da música.

 

A série Diálogos Musicais faz parte do projeto “Goiás Cidade Musical” organizado pelo Instituto Biapó, em parceria com o Museu Casa de Cora Coralina, Comissão Tricentenário Cidade de Goiás e Rádio Nova Fogaréu.

 

Ainda dentro de sua programação, às 23h, ocorre a concentração de “Um Luar, Um Violão, Uma Serenata”, no Largo do Rosário. Este evento, já tradicional em Goiás, conta com a curadoria de Marlene Vellasco e trará no repertório canções clássicas, em percurso pelo centro histórico da cidade de Goiás.

 

Choro

O choro é o gênero musical considerado mais brasileiro. Conforme o Dicionário Cravo Albin da Música Popular Brasileira, o ritmo teria nascido em 1870, na cidade do Rio de Janeiro, especificamente, em rodas de música nos bairros da Cidade Nova, Catete, Rocha, Andaraí, Tijuca, Estácio e nas vilas do centro antigo.

Segundo o Iphan, o termo choro viria da maneira chorosa de se tocar as músicas estrangeiras no final do século XIX e seus apreciadores chamavam a manifestação cultural de música de fazer chorar.

O choro conta com nomes de artistas que contribuíram para a popularização e, posteriormente, para a preservação do choro ao longo dos anos. Entre os nomes mais famosos por trás das melodias estão Pixinguinha, Waldir Azevedo, Jacob do Bandolim e Altamiro Carrilho e os contemporâneos Paulinho da Viola, os irmãos Hamilton de Holanda e Fernando César, além do já referido Reco do Bandolim, presidente do Clube do Choro de Brasília, fundado em 1977, e que inaugurou, em 1997, em Brasília, a Escola Brasileira de Choro Raphael Rabello, a primeira do gênero, em todo o país.

As composições de canções atemporais do choro, com alma brasileira, incluem Carinhoso, de Pixinguinha e João de Barro, e Brasileirinho, de Waldir Azevedo, Um a Zero e Corta Jaca.

 

Foto: Cinthia Oliveira

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